Todo escritor é um mentiroso! A gente inventa gente que não existe, cria cidades no papel e orquestra tragédias e triunfos com a ponta dos dedos. A busca do escritor não é pela "realidade" – essa coisa bagunçada e sem sentido  do lado de fora da janela. Seu santo graal é a verossimilhança, a mentira tão bem contada, tão cheia de detalhes convincentes e lógica interna, que o leitor desliga voluntariamente a sua incredulidade e mergulha de cabeça na história
E como se constrói essa mentira verossímil? Com técnica. A arte é o fogo, a dor, a vida que te impele a escrever. A técnica é a engenharia que impede a sua história de desmoronar.